Do jornal Correio da Paraíba:
Cerca de 60% dos prefeitos paraibanos não
têm como pagar as contas da administração pública municipal. Significa que 133
gestores estão com problemas financeiros graves. E a tendência é que a situação
fique ainda pior se a crise que assola o Brasil continuar. É o que garante o
presidente da Federação das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup), Tota
Guedes. Ele revelou que, dentro desse percentual, os gestores estão tendo que
optar entre pagar os salários dos servidores ou quitar as dívidas com os
fornecedores.
“Mais de 60% dos prefeitos, não estão em
condição de pagar o que devem. E se continuar do jeito que vai daqui para o
final do ano vai ser difícil eles cumprirem esses compromissos, principalmente
com fornecedores. Porque os recursos que eles estão recebendo são menores que o
ano passado, com uma despesa maior”, lamentou Tota Guedes.
O presidente da Famup disse que a crise
explodiu recentemente, mas há anos as prefeituras vêm perdendo recursos
federais. “Quando foi promulgada a Constituição em 1988, os municípios
participavam de 22,5% do bolo tributário nacional, ou seja, tudo aquilo que o
País arrecadava, os municípios participavam em 22,5%. Ao longo dos anos, isso
foi diminuindo. Hoje participa em torno de 16,5%”, explicou.
Para enfrentar a crise mantendo as contas
em dia, alguns prefeitos paraibanos decidiram cortar da ‘própria carne’. O caso
mais recente é do Chefe do Executivo de Poço Dantas, José Gurgel Sobrinho
(PSB). O socialista reduziu em 50% o próprio salário, do vice-prefeito e dos
secretários. Além disso, ele também cortou gratificações e horas extras pagas
aos servidores.
“Meu salário é R$ 12 mil, diminuiu para R$
6 mil. O do vice é R$ 6 mil, baixou para R$ 3 mil e dos secretários, R$ 2 mil,
que ficou em R$ 1 mil”, informou.
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