segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Sejuc vai transferir detentos que lideraram chacina em Cadeia Pública de Caraúbas

A Secretaria de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte (Sejuc) está avaliando quais medidas serão tomadas após o motim que resultou em quatro mortes na cadeia pública de Caraúbas, na região Oeste do Estado, na tarde de domingo (16). A tendência é que detentos sejam transferidos para outras unidades prisionais. A informação é da Tribuna do Norte.

De acordo com o coordenador de Administração Penitenciária, Durval Oliveira, explicou que o próprio titular da Sejuc, Edilson França, tratará da questão em Caraúbas. As informações coletadas pela secretaria dão conta de que o motivo para os homicídios tenha sido uma rixa entre detentos de grupos rivais.

Segundo informações do local, um preso que estava na área de triagem foi agredido por dois detentos que pertenciam a uma facção criminosa rival. Como revide, os detentos que pertenciam ao Primeiro Comando da Capital (PCC) invadiram o setor onde estavam os agressores e espancaram ambos até a morte. Em seguida, o grupo ainda foi até outra área e mataram mais dois que supostamente pertenciam ao “Sindicato do RN”, outra facção criminosa.

“Vamos avaliar a situação, os danos e definir o que será preciso fazer. A situação foi contornada ontem, mas ainda deveremos observar o que será feito”, explicou o coordenador da Administração Penitenciária, Durval de Oliveira.

A cadeia pública de Caraúbas tem capacidade para 96 presos, mas o número foi expandido para 152 após um decreto governamental. No momento da chacina, 163 presos estavam na unidade.

De acordo com o vice-diretor da unidade prisional, André França, os líderes do movimento já foram identificados. Segundo ele, caberá à Sejuc definir sobre as transferências dos responsáveis e para onde deverão ir os presos que participaram da chacina. A tendência é que as transferências ocorram ainda hoje.

Um comentário:

Anônimo disse...

Disputa de poder. Muito simples. Os presos que liberaram a rebelião disseram aos jornalistas: “A gente não queria nada, não. Não tinha reivindicação, nem queria fugir. A gente quebrou as grades só pra matar eles mesmo”.
A real é essa: as cadeias do RN são comandadas por duas facções. O PCC – aquela famosona que bota pra lascar nos ataques em São Paulo – e o Sindicato do RN, formada recentemente por criminosos daqui mesmo, mas nos mesmos moldes do primeiro, com estatuto e tudo.
Naquelas rebeliões ocorridas em março, as gangues se uniram e destruíram os presídios do estado juntas. Mas a amizade acabou, e agora o pau tá comendo.
E dizem que o PCC perdeu espaço em muitos presídios do estado, fazendo com que seus filiados ocupassem as celas do “seguro”, isolados. Mas Caraúbas é uma das unidades onde o a facção nascida em São Paulo ainda manda e hoje eles resolveram mostrar o poder que têm. Dominaram o presídio e mataram quatro membros do Sindicato.
E enquanto tudo isso ocorre, onde fica o poder público? E eu é que sei?
A tática do governo é equivocada, e tem resultados trágicos. Fingir que o problema não existe não vai fazer com que ele acabe. Muito pelo contrário. Não dá para pensar que a crise nos presídios é um problema de quem está nas celas. Erro crasso. O caos que reina lá reflete cá. E isso é visível, é sentido por todos nós no cotidiano.
E digo mais: eu não digo é nada…