Sítio Casado
Para se chegar a uma explicação concreta sobre as denominações
toponímicas, torna-se necessário empreender percuciente pesquisa em antigos
documentos oficiais, tais como inventários, escrituras públicas, livro de
registros paroquiais (Casamentos, óbitos, batizados), testamentos, memórias
particulares, bem como pela tradição oral. Este sítio tem parte de suas terras
encravadas sobre a serra, estendendo-se sobre o sopé da mesma, até o lugar
conhecido como sítio "Jatobá".
O elo histórico com a denominação toponímica dá-se pelo fato de que um
dos seus primeiros proprietários tinha o nome civil de MANOEL PEREIRA CASADO,
que era casado com FRANCISCA MARIA DE JESUS, que é a mesma Francisca Gomes. O
bravo Manoel era homem abastado de bens patrimoniais, tendo vendido uma parte
de terras na várzea do Apodi, conhecidas como sítio "Borracha", ao
Sr. VICENTE FERREIRA DA MOTA, em compra efetivada no dia 05 de maio de 1841.
Por volta do ano de 1820 situou seus currais de gado nas terras que adquirira
por compra. Durante o inverno conduzia o seu rebanho de gado e miunças para a
parte que ficava em cima da serra, onde escapavam fartamente com o pasto
daquelas terras. No período de estilo, descia os rebanhos para as terras do
Sítio "Jatobá", extensão das terras do sítio "Casado", que
também era conhecido como sendo o" Sítio do Casado", posto que Manoel
era conhecido como sendo o Sr. Casado, também chamado de "Sêo"
Casado. O interessante é que os descendentes do Manoel ficaram conhecidos como
sendo da família dos CASADO, sendo certo que a maioria trazem o denominativo
familiar COSTA.
Um filho de Manoel Casado, de nome LUÍS MANOEL CASADO, conhecido como
Luís Casado, nasceu nas terras deste sítio, no ano de 1827, vindo a casar-se
com FRANCISCA NOGUEIRA DA COSTA, que é a mesma FRANCISCA BERNARDA DA CONCEIÇÃO,
filha de João Bernardo Nogueira e de Geralda Francisca da Costa - Esta, por sua
vez, era trineta materna do Capitão Antonio de Morais Bezerra e Maria José da
Cunha, tronco da vasta família MORAIS, com origem em São Sebastião (atual
cidade Gov. Dix-Sept Rosado) e espalhada nas várzeas desse rincão, como também
nas várzeas de Apodi e Mossoró. Luís Casado faleceu no sítio "cipó",
de infarto fulminante a 01.05.1908 aos 81 anos de idade, e sua esposa faleceu
no sítio "Joazeiro" a 05.07.1920, aos 90 anos de idade, deixando os
seguintes filhos:
F.01 - ALVINA - Casou com Antonio Virgínio.
F.02- JOANA GOMES DE JESUS - Casada com João Agostinho da Costa.
F.03- JOSÉ CASADO DA COSTA (é o mesmo José Bento da Costa) - Casado com
Maria Antonia da Conceição.
F.04- JOÃO CASADO DA COSTA - Casado com Joana Bernarda da Costa.
De JOSÉ CASADO DA COSTA e MARIA ANTONIA DA CONCEIÇÃO nasceu o Sr.
FRANCISCO DE SALES BISPO, popularmente conhecido como sendo CHICO DO CASADO,
nascido no ano de 1872. Quando o velho Luís Casado faleceu em 1908, o seu neto
Chico do Casado já administrava o sítio "Casado", passando também a
ser referencial toponímico ao único acesso para veículos ao cimo da serra até o
ano de 1948, cuja ladeira de acesso ficou conhecida como sendo a "LADEIRA
DE CHICO DO CASADO". Em 1948, Quando fizeram a nova estrada de rodagem
ligando Mossoró ao Apodi, fizeram novo acesso à serra,que é o atual que passa
defronte ao antigo posto fiscal do sítio "Canto de Varas". O velho
CHICO DO CASADO faleceu no sítio "CASADO" a 23 de Novembro de 1932,
aos 63 anos de idade, deixando a viúva D. VICENTINA MARIA DA CONCEIÇÃO, da
família dos Varelos, que veio a falecer a 10 de Fevereiro de 1933, e os
seguintes filhos:
F.01- PEDRO FRANCISCO DA COSTA (Pedro Casado, ou Pedro do Casado):
Casado com Ana Maria da Conceição. Casou em segunda núpcias com VICÊNCIA MARIA
DE FREITAS, (Vicência do Rosário, filha de Luiz Manoel do Rosário e de Maria
Vicência de Jesus) e foram pais de ANTONIO DOS REIS MAGOS DA COSTA (Antonio do
Casado) pai do ex-prefeito Simão Nogueira.
F.02- JOÃO FRANCISCO DA COSTA (já era falecido no ano de 1932): Casado
com Ana Maria de Jesus.
F.03- JOSÉ FRANCISCO DA COSTA.
F.04- TIBÚRCIO FRANCISCO DA COSTA: Casado com Maria Ana Nogueira. São os
pais de Cássio, casado com Zélia Marinho, que por sua vez são os pais de
Tibúrcio Marinho e da grande poetisa Maria Luíza Marinho Costa.
F.05- GERALDO FRANCISCO DA COSTA (Conhecido como Geraldo do Casado):
Casou com RAIMUNDA ALVES PINTO, filha de José Alves Cavalcanti e Maria Clara
Bezerra Cavalcanti. São os avós de João Sales e pais de FRANCISCO SALES PINTO,
conhecido como Chiquinho de Geraldo do Casado.
F.06- IGNÁCIA VICENTINA DA COSTA - Casada com BRAZ HOLANDA DA COSTA.
F.07- MARIANA VICENTINA DA COSTA - Casada com Francisco Lourenço da
Costa.
F.08- MARIA VICENTINA DA CONCEIÇÃO: É a mesma Maria Francisca da
Conceição, falecida no sítio "Casado" a 10.10.1932, aos 34 anos de
idade, deixando o viúvo JOÃO MACHADO DA COSTA e os filhos FRANCISCA, ANTONIO, JOÃO
e MARIANA.
SOBRE O SR. ANTONIO DOS REIS MAGOS DA COSTA, conhecido popularmente como
Sêo ANTONIO DO CASADO, veio a casar com dona SEBASTIANA NOGUEIRA DA SILVA (dona
Santoza), filha do velho Simão Nogueira da Silva, e foram pais de numerosa
prole, destacando-se o ex-prefeito Simão Nogueira. A respeitável e renomada
poetisa e historiadora MARIA AUXILIADORA DA SILVA MAIA (Dodora de Tião Lúcio)
traçou o perfil biográfico de sêo ANTONIO DO CASADO, num retrato emoldurado
pelas seguintes palavras: "... ANTONIO DO CASADO constituiu-se num
capítulo à parte. Ele não foi um homem de grandes riquezas, mas teve um
relevante papel na geração de emprego e renda, em Apodi. Nasceu no sítio
"Casado" e com o portentoso nome de ANTONIO DOS REIS MAGOS DA COSTA,
passou a ser conhecido como Antonio do Casado. Mudou-se para uma pequena
propriedade no vale do Apodi, onde iniciou sua vida no cultivo da carnaubeira.
Além da colheita em sua propriedade, Antonio do Casado, no período da safra,
arrendava outras tantas pequenas propriedades e colhia muito pó de carnaúba.
Posteriormente veio para a cidade e montou, no quintal de casa uma pequena e
rústica indústria para prensar a cera de carnaúba. Nessa atividade, Antonio do
Casado empregava centenas de pais de família, se constituindo, naquela época,
como o maior empregador do município de Apodi. Por oportuno convém lembrar que
Antonio do Casado era um homem generoso; sua casa era o abrigo certo dos
pastores protestantes que, nos áridos caminhos do Oeste, enfrentavam uma forte
rejeição à pregação do evangelho. (FONTE: Vide livro "LAJEDO DE SOLEDADE
(Historia de) UM POEMA DE PEDRAS". Autora Maria Auxiliadora da silva Maia
- Fundação Vingt-Um Rosado e Coleção Mossoroense - série C - vol. 1392 -
Outubro de 2003)...
Grande tem sido a contribuição da família CASADO ao desenvolvimento
econômico e social do município de Apodi, composta por homens e mulheres
laboriosos. Tem seu nome amalgamado na geografia humana da região Apodiense.
Enviada por Marcos Pinto - Advogado e presidente da AAPOL - Academia
Apodiense de Letras.
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