O
envolvente cenário da beneficência em prol da luta pela vida e apoio
humanitário às pessoas com câncer do município de Apodi tem no GASPEC (Grupo de
assistência à Pessoas com câncer Maria das Graças da Silveira) o emblemático e
magnânimo referencial estadual.
Nesse
solidário trabalho filantrópico a carne se faz verbo e o verbo é sempre o
mesmo: Amar, amar, amar. Sincronizam-se os apoios materiais e espirituais na
amplitude da fraternidade, contribuindo decisivamente para uma renovação
espiritual da vontade de viver.
Não
raro, as pessoas com câncer ficam exauridos nas suas energias espirituais e
físicas, imprimindo um sentimento e sentido de desamparo total, diante a dura
realidade da escassez assistencial dos órgãos públicos à saúde, somada à
deplorável indiferença verificado no âmbito familiar, com algumas raras
exceções. Diante a dor imensurável do câncer impõe-se a necessidade premente de
deixarmos de lado nossa doentia indiferença, para nos envolvermos a fundo nos
dramas da dor que maltrata nosso irmão acometido por tão cruel e mortificante
doença.
Não
podemos nem devemos permitir que as fragilidades da nossa despreparação
espiritual para a beneficência seja objeto de indiferença às dores e aos
desalentos dos nossos irmãos acometidos pelo câncer. Renunciemos de forma
irreversível ao materialismo dialético que nos faz cegos e surdos diante o
drama da dor e dos gemidos que, na maioria dos casos, já não são audíveis
diante o avançado estágio de tão avassaladora doença.
Dói-nos
a constatação de que muitos dos nossos conterrâneos omitem-se em cerrar
fileiras para o sucesso dos eventos beneficentes do GASPEC, para despender
quantias significantes na compra de bombas explosivas, numa deplorável
demonstração de inexplicável indiferença e insana manifestação político-partidária.
Nesse
cenário, embaciam suas capacidades de autocrítica. Reflitamos, pois.
Por Marcos Pinto (escritor e advogado)
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