sexta-feira, 28 de julho de 2017

Imagem marcada pela corrupção

A baixa popularidade do Governo Temer está associada a vários fatores. O primeiro deles pode ser explicado à falta de legitimidade. Temer chegou ao poder por um processo traumático, consolidado pelo impeachment da ex-presidente Dilma.

O governo ilegítimo se acentuou mais ainda por culpa do próprio Temer. Ao invés de construir um ministério de notáveis, lançou mão de políticos com ficha suja, envolvidos na Lava jato.

O que mais afundou a sua imagem, entretanto, foi a armação em que caiu, sem explicações, da gravação do dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, com trechos em que estaria comprando o silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Mais adiante, pipocou o episódio da mala dos R$ 500 mil, conduzida pelo ex-deputado Loures Rocha, da sua extrema confiança, como produto de uma propina.

Nenhum fato positivo do Governo, como a reação da economia, a retomada dos postos de trabalho, a queda da inflação e o crescimento do PIB, tem poder de fazer o contraponto aos fatos negativos envolvendo o presidente. Por mais que ele se esforce e por mais que a economia reaja, a população não se convence das boas marcas da gestão. A informação é de Magno Martins em sua coluna.

A pesquisa de ontem mostrou que seu Governo tem apenas 5% de aprovação. Nunca na história republicana se viu tamanho grau de impopularidade. Mas é a tal coisa: nenhum governante com a pecha da corrupção consegue ter cheiro de povo.

O Brasil, felizmente, parece que começa a se vacinar contra a chaga da roubalheira.

Nota do blog: Que a aprovação do governo é baixa, todo mundo sabe. Mas a divulgação de uma nova pesquisa, fresquinha, mostrando que a popularidade do presidente da República continua piorando, é péssima notícia para o presidente Michel Temer, que está em esforço final para obter da Câmara a rejeição do pedido de denúncia contra ele feito pela Procuradoria Geral da República (PGR).

A esta altura, se o resultado da pesquisa não afetar substancialmente o placar na Câmara – que até aqui era de que o presidente iria vencer no plenário da Câmara –, seguramente, vai tornar "mais caro" este apoio.


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