No evento
“Brasileiros do Ano”, em São Paulo, uma promoção da revista IstoÉ, o juiz
Sérgio Moro, o principal homenageado, deixou ontem à noite o presidente Michel
Temer, ali presente, numa tremenda saia justa.
Além de Temer,
Moro dividiu o palco com os ministros Moreira Franco, da Secretaria-Geral da
presidência, Henrique Meirelles, da Fazenda e Hélder Barbalho, da Integração
Nacional. Eles foram os únicos que não aplaudiram o discurso de Moro.
Ao dirigir-se
diretamente a Temer, Moro pediu sua ajuda para evitar que o Supremo Tribunal
Federal recue da decisão de permitir a prisão de condenados na segunda
instância da Justiça. Temer nem piscou. Fez de conta que não ouvira nada.
A Meirelles, Moro
pediu que não deixasse faltar dinheiro à Polícia Federal, encarregada das ações
da Operação Lava Jato. Ensinou: “Investir no combate à corrupção é algo que
eleva a economia”. Meirelles não respondeu. Fez cara de paisagem.
Por fim, Moro
defendeu o fim do foro privilegiado, que garante à milhares de autoridades,
inclusive a ele, o direito de só serem processadas e julgadas pelos tribunais
superiores. “Eu não quero esse privilégio para mim”, disse.
Nesse momento,
Moro foi efusivamente aplaudido pela plateia, mas não por Temer, seus ministros
e o presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), que também estava por
lá.
Agraciada com o
prêmio "Brasileira do Ano" na categoria Televisão, a atriz Juliana
Paes comentou: "É muito difícil fazer papel de bandida no Brasil". De
fato, já foi mais fácil.
Por Ricardo Noblat
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