As orações dos
bons cidadãos foram atendidas: o Brasil promove amplo combate à pobreza (os
pobres estão perdendo por 7x1), o Governo tirou milhões da miséria (milhões
devidamente embolsados por cidadãos que já estiveram acima de qualquer
suspeita), e acabou-se de uma vez a pouca vergonha em Brasília, pois a pouca
vergonha que existia já não existe mais.
O caso da
nomeação de Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho é um fim de feira. E
não apenas pela escolha para o Trabalho de uma pessoa já condenada duas vezes
em processos trabalhistas: o pior é a entrega pública de um Ministério a
Roberto Jefferson, proprietário do PTB e pai de Cristiane. Jefferson prestou um
serviço inestimável ao Brasil ao revelar o Mensalão. Mas, para se vingar de
José Dirceu, a quem acusava de ter-lhe prometido um pixuleco mais gordo que o
efetivamente entregue, Jefferson revelou seus próprios e abundantes ilícitos –
tantos que, apesar da delação, foi para a cadeia, de onde saiu há pouco tempo.
É ele que manda num dos ministérios. E, para agradá-lo, Temer luta na Justiça
para nomear sua filha.
Temer, político
experiente, sabe que isso pega mal. Mas quer garantir os votos do PTB para a
reforma da Previdência. O problema é que a compra dos votos dos parlamentares
mais compreensivos já chegou a tal custo que talvez a reforma da Previdência,
economicamente, não valha mais a pena.
Por
Carlos Brickmann
Nenhum comentário:
Postar um comentário